Compaixão e tradição moral na cartilha dos presbíteros
Da parábola do bom samaritano, lida numa Sé para lá de cheia, sai uma espécie de código de conduta dado pelo Bispo do Porto aos três presbíteros e quatro diáconos que ordenou, este Domingo, 11 de Julho. Viver pelo exemplo, no espírito de missão que este ano é central na diocese.
Do nosso concelho foram ordenados presbítero Bruno Marcelo Barbosa Ferreira, natural da paróquia do Divino Salvador de Galegos, fez estágio pastoral na paróquia de Friande, Felgueiras, de que é pároco o Padre Nuno Antunes; e diácono Rui Miguel da Mota Alves, natural da paróquia de S. Gens de Boelhe, com estágio na paróquia de S. Martinho de Aldoar, de que é pároco o Padre Lino Maia.
Perante uma grande assembleia de fiéis, três novos padres e quatro diáconos não representaram sinal de inversão da crise de vocações que afecta a Igreja. Serão poucos, mas também isso será um sinal desta “primeira geração que hesita em dizer de que terra é”, expressão usada por D. Manuel Clemente para lançar a ideia de um mundo cuja mudança não estará a seguir bons rumos.
Sempre aludindo à referida passagem do Evangelho de S. Lucas, o prelado fala de mãos, como as dos salteadores da parábola, que roubam, digamos assim, valores fundamentais. “Rouba-se a transparência dos novos, rouba-se a sabedoria dos velhos. Rouba-se o ideal dos jovens, rouba-se o sustento dos adultos; roubam-se disponibilidades, sonhos, projectos”, disse, aludindo a “a aspectos precisos, como a escassa educação para os valores essenciais da verdade, da bondade e da beleza”.
Numa nota de actualidade, o Bispo do Porto repisou conceitos que há muito vem apontando, nas linhas de posições assumidas pela generalidade da Igreja. Do pouco valor que entende ser dado à família ou à “complementaridade masculino-feminino” entende-se nova crítica aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo (já se lhe ouviram tais argumentos noutras ocasiões), daí passa muito rapidamente para a crítica a uma sociedade em que assistimos à “banalização da pornografia, do mau gosto ou dos maus consumos”.
“Felizmente, são muitos os samaritanos, mesmo que não sejam bastantes”, notou o bispo, apontando na compaixão demonstrada pelo samaritano do texto evangélico o caminho a seguir pelos presbíteros, que receberam o sacramento de Cristo pastor, e dos diáconos, que receberam o sacramento de Cristo servidor.
“Mantende-vos e acrescentai-vos sempre nela, na compaixão de Cristo”, apelou o bispo, que, com a subtileza própria da retórica eclesiástica, terá abordado aquelas que são as mais notadas feridas no seio do Catolicismo, ao enaltecer “a graça do celibato”, enquanto forma de entrega e de assunção de que “só Deus basta”, e de que, nos respectivos percursos de vida, não deverão os sacerdotes e os diáconos estar centrados nas amizades terrenas: “Cultivai, antes de mais e sempre, a amizade de Deus”.
No espírito da missão diocesana, que foi tema, a 14 de Maio último, da visita do Papa ao Porto, D. Manuel Clemente lembrou que Bento XVI “responsabilizou muito especialmente os ministros ordenados, a quem as comunidades são confiadas”, reproduzindo depois as palavras que o pontífice romano então dirigiu ao clero: “Nada impomos, mas sempre propomos”.
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Paróquia de S. Gens e Freguesia de Boelhe presentes
A Paróquia de S. Gens e a Freguesia de Boelhe rejubilam com o dom de ordenação a diácono de Rui Miguel Mota Alves, natural desta localidade. A celebração de ordenação mobilizou a Comunidade e movimentos paroquiais fazendo-se representar em número bastante considerável, testemunhando o momento como demonstração do apoio neste seu caminho de felicidade e de serviço para com o próximo.
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