| Freguesias
O Itinerário Arqueológico do Vale do Tâmega estende-se por um percurso entre as freguesias de Peroselo, Luzim e Boelhe, pertencentes ao concelho de Penafiel
| Monumentos e motivos de interesse
Freguesia de Luzim
- Menir de Luzim e “Pegadinhas de S. Gonçalo”
- Gravuras Rupestres de Lomar (percurso pedonal e ciclovia btt)
| Luzim
Subindo em direcção ao planalto, no limiar das freguesias de Peroselo e Luzim, logo se avista o menir, que marca o início de um velho percurso agora recuperado. Daqui recomenda-se que se faça o caminho a pé ou de bicicleta, pela crista do monte, num passeio calmo e sem pressa que nos transportará aos tempos remotos da Pré-História.
O menir, ou marco de Luzim, como é conhecido pela população local, implanta-se verticalmente no solo, consistindo num monólito granítico de secção pentagonal, com cerca de2,5 metros de altura e sem decoração.
Ainda nesta área, alguns metros a Norte, um pequeno afloramento no solo revela várias gravuras rupestres, com pedomorfos insculpidos conhecidos como “pegadinhas de S. Gonçalo”.
Seguindo pelo caminho traçado no monte, por entre a necrópole megalítica de Sequeiros, constituída por um conjunto de mamoas muito erosionadas e já pouco perceptíveis no terreno, chegaremos ao segundo conjunto de insculturas rupestres, conhecidas como gravuras de Lomar, núcleo maior e mais diversificado que o anterior.
Podem ali apreciar-se, talhadas num pequeno granítico aplanado, quase cem insculturas de motivos variados, entre os quais abundam os pedomorfos agrupados e alinhados em diferentes posições, inúmeras fossettes, e ainda alguns motivos halteriformes e paracirculares.
Das gravuras de Lomar pode fazer-se o percurso inverso ou seguir até à igreja de Luzim, para daí tomar a estrada até à próxima paisagem milenar: Boelhe.
link: Menir de Luzim
Este núcleo de arte rupestre integra quase cem insculturas de motivos variados, talhadas num pequeno penedo granítico aplanado que se destaca do solo. Entre os símbolos representados abundam os pedomorfos agrupados e alinhados em diferentes posições, inúmeras fossettes, e ainda alguns motivos halteriformes e paracirculares. Desconhece-se o verdadeiro significado destes núcleos artísticos, bem como a simbologia dos motivos representados. Os pedomorfos, por exemplos, muito comuns neste tipo de arte rupestre, são normalmente interpretados como a representação esquemática do pé humano, podendo associar-se à ideia de um percurso ou caminhada. Há contudo, várias interpretações que relacionam esta arte esquemática e abstracta não só com a sacralização dos lugares, mas também com a delimitação territorial e/ou com rituais iniciáticos.
Menir de Luzim
Os menires são monumentos megalíticos integrados num fenómeno cultural que começa a marcar a paisagem europeia a partir do Vº milénio a.C., e que se traduz por uma arquitectura monumental, caracterizada pela construção de estruturas com blocos pétreos de grande dimensão. Ao passo que as antas ou dólmenes constituem monumentos funerários, os menires poderiam assinalar lugares de reunião de comunidades pré-históricas afins, projectando também os seus ideais sagrados, voltados para o culto da fecundidade, marcada pelo carácter fálico destes monólitos. Podem também ser interpretados como marcos de território e/ou como ponto de observação dos astros, conjugando aspectos intimamente ligados à exploração e fertilidade do solo, do qual dependiam cada vez mais estas sociedades, progressivamente sedentárias. No caso concreto do menir de Luzim, a sua localização pode também estar associada à proximidade da necrópole da Tapada de Sequeiros.
Pegadinhas de S. Gonçalo
As gravuras rupestres conhecidas como “pegadinhas de S. Gonçalo” revelam quatro pedomorfos, orientados a Nascente-Poente, articulados com cinco fossettes ou “covinhas”, e ainda um motivo geométrico em “T”, relacionado com outras duas fossettes. Não pode precisar-se a sua datação, mas é genericamente aceite que esta arte rupestre é mais recente que os monumentos megalíticos aos quais se associa, desenvolvendo-se a partir do IIIº milénio a.C. até à Idade do Bronze. Durante este período começa a abandonar-se a construção dos grandes túmulos colectivos em favor de enterramentos individuais em cista, coincidindo com uma ampla e comprovada reutilização de dólmenes, factor que poderá justificar a presença destes núcleos artísticos em áreas de necrópoles megalíticas.
Percurso Pedonal / Ciclovia
Ficha Descritiva
Este percurso pedonal liga o Menir de Luzim e as "Pegadinhas de S. Gonçalo" às Gravuras Rupestres de Lomar e está integrado num itinerário patrimonial mais amplo, situado entre o rio Tâmega e a Serra de Luzim, que inclui ainda a Igreja de Peroselo, as Sepulturas Medievais da Quintã, a Capela de Passinhos, o Casal Romano da Bouça do Ouro e a Igreja de São Gens de Boelhe.
Observações
Tipologia: Linear - sinalizado, início junto ao Menir e termo nas Gravuras Rupestres de Lomar, em Luzim
Extensão: 3,5 kms
Duração: 1 hora
Interesse: Patrimonial, paisagístico, rural, ambiental
Grau de dificuldade: Fácil / moderado
Coordenadas: 41° 8' 41.82" N / 8° 15' 20.40" O
Pegadinhas de S. Gonçalo
Necrópole da Tapada de Sequeiros
Consultar mapa
link: Rota do Românico
Dinamização do percurso pedestre
Museu Municipal de Penafiel
E-mail: museu.penafiel@cm-penafiel.pt
fonte: Intervenção no Património Arqueológico de Penafiel .pdf (artigo da revista Oppidum, 2008)