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02
Jun 10

Teresa Soeiro, historiadora, refere a importância outrora da nossa terra, na obra “Lagares de Azeite no concelho de Penafiel”.

 

  

Numa breve leitura da obra, entre muitos outros aspectos a acontecimentos históricos, a autora, também docente universitária, relembra o crescimento das oliveiras por todo o concelho de Penafiel, dispersas, ao redor de templos, organizadas em olivais ou plantadas nos baldios.

“Os casais do reguendo situados no lugar das Várzeas, freguesia de Boelhe, pagavam, segundo o foral manuelino de Penafiel, outorgado em 1519, duas canadas de azeite. Este bem circulava por estrada e também por via fluvial, entrando no concelho pelo porto de Entre-os-Rios”…

“Os lagares de azeite existiam nas grandes explorações monásticas, mas também os conhecemos, em meados do século XVIII, em muitas casas abastadas do concelho, quer em compartimentos do próprio núcleo habitacional, quer em construções especificamente erguidas e por vezes agastadas, sobretudo quando se usava a água como força motriz”.

Nas respostas ao questionário de 1758, já Passinhos dispunha, no lugar de Aldeia, de um lagar de azeite, vulgo engenho como diz o pároco, puxado por uma junta de bois.

“O lagar mecânico da Casa do Eiró, em Bairros, Boelhe, veio em 1957 substituir um engenho tradicional que a antiga padieira data de 1837. Começou também com um motor diesel que teve de abandonar em favor de outro eléctrico. O moinho de duas galgas, desmontado, foi comprado na Fundição do Rossio, em Abrantes. No mais era semelhante ao de Rio de Moinhos, embora menos aperfeiçoado já que, por exemplo os capachos, enchidos à mão, eram empilhados sem protecção lateral nem eixo central, o que levava a que desmoronasse toda a pilha durante a passagem caso não estivessem bem equilibrados. Começou por trabalhar três meses por ano, vinte e quatro horas por dia, produzindo oito pipas de azeite, das quais recebia 10% de maquia. Por 1985 abandonou a loboração porque a azeitona, mesmo indo buscá-la de trator a casa do cliente, não dava para duas semanas de funcionamento, e a mão de obra tornara-se demasiado onerosa”.

“O alvará que o proprietário deste lagar guarda, com validações dos anos vinte aos sessenta, é um exemplo deste tipo de documento, que todos possuíam, no qual se obriga a ter o recinto do lagar arrumado e limpo, nele não se podendo realizar outras actividades. Impunha também que as águas residuais fossem encaminhadas de modo a não causarem incómodo aos vizinhos nem entrarem na rede de águas públicas, Já a licença de 1957, aquando da mecanização, num tempo em que o condicionalismo da produção cedia lugar ao condicionalismo técnico, era mais exigente, impondo o emprego de um silenciador no escape, o tratamento das águas residuais, a limpeza com água e cal clorada, o fornecimento de água potável para o pessoal, o cujo cada cinco anos deveria ser vacinado contra a varíola, a afixação de letreiros proibindo fumar ou foguear, etc”.

Ler excerto obra “Lagares de Azeite no concelho de Penafiel”

 

Sem tempo para quase nada, num tempo actual repleto de ocupação, o reviver da nossa história e dos nossos antepassados, não ocupa espaço, muito menos tempo – lembra-nos como superaram desafios e lidaram com as dificuldades.                                                            

publicado por a nossa terra às 08:59


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